Podcast é destaque entre as marcas durante a pandemia

Os podcasts, apesar de relativamente novos, vem ganhando espaço no mundo todo. A possibilidade de executar os arquivos de áudio em diferentes aplicativos e sites, sem a necessidade de visualizar imagens, como é o caso do YouTube, por exemplo, tornam o formato mais fácil de ser consumido no transporte, trabalho e até no banho ou lavando a louça.

Com essa facilidade, a ferramenta é cada vez mais usada por criadores de conteúdo e vem conquistando mais ouvintes, ainda mais por permitir a segmentação de assuntos e a busca por podcasts específicos de cada tema. Percebendo essa nova postura mundial, ele se tornou um formato de destaque para as marcas durante a pandemia. De acordo com um estudo da Socialbakers, plataforma líder global em soluções para a otimização de performance corporativa em redes sociais, o número total de marcas mencionando esse tipo de mídia atingiu seu pico em abril de 2020.

Além disso, no Instagram, o número de menções dobrou do ano passado para cá, subindo de 510 em junho de 2019 para um máximo de 1087 em abril deste ano. No Facebook também houve aumento, subindo de 1512 marcas que postaram sobre o formato 3193 vezes em junho do ano passado, para 2832 marcas que fizeram 6189 posts sobre os programas em áudio em abril de 2020.

O formato é mais uma opção dentre os disponíveis e está ganhando atenção das marcas para chegar a diferentes nichos Não por acaso um número crescente de marcas como Magalu, ACE, Visa, Pipo, entre muitas outras já investem no formato. O número de novos podcasts vem aumentando ano após ano juntamente com a quantidade de ouvintes deste tipo de conteúdo, o que faz com que as marcas possam escolher o podcast mais adequado para representá-las e que esteja diretamente ligado ao seu público.

Se formos analisar os setores que mais mencionaram podcasts no último ano no Instagram e no Facebook, teremos o ramo de Serviços, no qual estão inclusos hospedagem, correio e remessa, transporte, bem-estar, agências e outros, como advogados e cabeleireiros, na liderança.

Ainda segundo o levantamento, as marcas que mais falaram sobre podcasts este ano pertencem ao setor de Serviços, que é líder tanto no Facebook quanto no Instagram com um total de 40% de suas publicações citando os podcasts. E o segundo lugar no ranking fica com o Comércio Eletrônico, no Instagram, e com o Financeiro, no Facebook. Em ambos os setores, cerca de 9% dos perfis de marcas mencionaram podcasts e destes cerca de 15% de suas postagens são sobre o assunto.

Metodologia do relatório
Os Social Media Trends Reports refletem o banco de dados da Socialbakers no início do trimestre seguinte ao trimestre do relatório. Os dados são extraídos uma vez e não são atualizados entre as liberações.

Do rádio ao streaming: estudo da Kantar IBOPE Media mostra tendências no meio

A nova edição do Inside Radio, estudo da Kantar IBOPE Media que traça o perfil do consumidor de rádio no Brasil, traz dados que demonstram as tendências para o áudio no país: 9% dos entrevistados ouvem rádio online e 16% acessam o meio quando estão navegando na internet. A análise identificou, também, as principais mudanças durante o período de isolamento social. 46% dos ouvintes de rádio entrevistados ouviram serviços de streaming de áudio durante a pandemia e 25% aumentaram esse consumo.

Os podcasts, formato muito utilizado entre as rádios para alcançar os ouvintes sob demanda, conquistaram 24% dos ouvintes durante o perído de distanciamento social, desses 7% ouviram podcast pela primeira vez e 10% aumentaram o consumo durante a pandemia. Nesse período, as lives ganharam escala e inundaram as redes, 75% dos entrevistados afirmaram terem começado a assistir lives de shows musicais a partir do início da quarentena. Deste público, mais da metade, 57%, são mulheres e 69% são millenials e geração X. As lives se revelaram uma grande oportunidade para as marcas. As pessoas se mostraram abertas para novas experiências de publicidade, 41% afirmaram que pagariam para assistir uma live e 82% se recordam das marcas anunciantes das lives que viram. Confira a íntegra do INSIDE Radio 2020 no site da Kantar IBOPE Media.

Gilberto Campos - Mundo Digital

Rádio amplia audiência e exerce papel fundamental durante a pandemia

O rádio ainda é uma das principais fontes de informação da população brasileira e teve papel fundamental durante a pandemia, especialmente pela sua credibilidade e utilidade pública. De acordo com dados divulgados pelo Kantar IBOPE Media, 77% dos entrevistados afirmaram que escutam a programação das emissoras de rádio durante o isolamento social. O papel do rádio e o crescimento da audiência nesse período foram tema do webinar Arena de Ideias, transmitido ontem pela In Press Oficina.

O bate-papo contou com as participações do jornalista da rádio CBN, escritor e palestrante, Milton Jung; do presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Flávio Lara Resende; do fundador e diretor-geral da Agência Radioweb, Paulo Gilvane Borges; e da sócia-diretora da In Press Oficina e especialista em gestão de crise e reputação, Patrícia Marins. A moderação do debate foi da diretora do núcleo de relacionamento com Poder Público da In Press Oficina, Fernanda Lambach.

“Tanto o rádio quanto a televisão tiveram aumentos expressivos de audiência nessa pandemia. O rádio foi absolutamente necessário. No momento em que nós mudamos as nossas vidas de forma definitiva, com toda a família em casa, o rádio passou a ter uma importância fundamental na informação”, afirmou Resende.

Jung ressalta que não foi apenas o rádio que teve crescimento durante a pandemia. A audiência em todas as mídias também subiu, alavancada pela credibilidade do jornalismo profissional. “Mais do que o rádio, todos os veículos de comunicação que praticam o jornalismo profissional tiveram uma audiência maior nesse momento. E isso talvez tenha sido a grande vitória que o jornalismo poderia ter. O jornalismo saiu fortalecido nesse processo”, disse.

Para Patrícia, esse crescimento se deu principalmente pelo caráter social do rádio, e veio para ficar. “O principal motivo na minha visão é a prestação de serviço. O rádio se consolida como esse veículo de massa. Não tenho dúvida nenhuma que a pandemia vai deixar esse aprendizado e vamos passar a valorizar ainda mais esse veículo que está nos locais mais longínquos do nosso país”, destacou.

O futuro do rádio e o papel dos podcasts

Ao longo dos anos, o surgimento de novas mídias e tecnologias sempre colocou o futuro do rádio em xeque. No entanto, o veículo consegue se reinventar e manter-se em evidência. “O rádio sempre soube se adaptar. Observamos que 20% dos brasileiros passaram a ouvir mais rádio durante a pandemia. O rádio é prestação de serviço e utilidade pública. Mesmo que surjam novas tecnologias, o rádio sempre vai encontrar uma forma de se adaptar”, pontuou Gilvane.

De olho no futuro, Jung é incisivo ao destacar o que vem pela frente para o principal veículo de comunicação em massa. “Tem uma frase que o Alberto Dines me disse, numa discussão que nós estávamos tempo quando falávamos do poder da internet: ‘o rádio é a mídia do futuro’”, afirma o jornalista.

Para ele, os podcasts são uma tecnologia nascida no veículo e que devem ser vistas como tal. “Sim, o podcast é um produto de rádio também. E o conhecimento que se desenvolve em rádio é um conhecimento que os podcasts precisam ter, independente de produzido pelo rádio, jornal, TV ou qualquer cidadão. Mas não substitui o rádio ao vivo”.