Além de ser o lugar onde as pessoas se encontram para conversar e debater sobre os mais diversos assuntos, o Twitter tem se mostrado, cada vez mais, referência para quem busca informações sobre temas relevantes à sociedade. Uma pesquisa recente realizada pela plataforma apontou que 75% daqueles que utilizam o serviço no Brasil o fazem para ficar por dentro das últimas notícias relacionadas às eleições. Apenas 15% das pessoas responderam que não se informam sobre política no Twitter, e 10% usam pouco.
A pesquisa aponta, ainda, que a plataforma tem sido utilizada com frequência para esta finalidade justamente por oferecer a possibilidade de acompanhar os acontecimentos em tempo real (69%), com dados direto da fonte (62%), e por dar visibilidade a todos os pontos de vista (54%), inclusive, com a oportunidade de acompanhar os candidatos debatendo entre si (37%).
A busca por informações ocorre principalmente em contas relacionadas a jornais e revistas (54%) e jornalistas e especialistas no tema (48%), enquanto 23% seguem diretamente o Moments ( @MomentsBrasil) e 22% candidatos a prefeito. Sobre os momentos em que se informam sobre política no Twitter, 48% afirmaram que acompanham sempre e 35% quando há alguma eventualidade.
Ainda de acordo com o estudo, 74% das pessoas disseram que as ideias que um(a) candidato(a) defende no Twitter podem ajudar a definir o voto. Foram ouvidas 1.024 pessoas no Twitter, de 1º a 5 de outubro.
Nova pesquisa publicada hoje pela Luminate, organização filantrópica global, constatou que durante a pandemia COVID-19, 65% dos leitores de veículos digitais no Brasil aumentaram o consumo de notícias. A pesquisa mostra que 92% dos consumidores acessam notícias por meios digitais pelo menos duas vezes por semana, com 83% pelo menos uma vez por dia. A pesquisa também mostra que as plataformas digitais agora respondem por mais da metade (59%) de todo o conteúdo de notícias consumido, destacando o crescente domínio das plataformas digitais¹ como fontes primárias de notícias e informações.
Junto com o aumento da demanda por notícias, a pesquisa, que entrevistou 8.570 pessoas de 18 a 65 anos na Argentina, Brasil, Colômbia e México, descobriu que os consumidores no Brasil estão dispostos a pagar por conteúdo digital, 16% deles já pagando por pelo menos uma assinatura de notícias ou serviço. Embora relativamente modestos, esses números mostram que a disposição de pagar por notícias digitais entre os consumidores no Brasil é maior do que em alguns outros países, incluindo mercados estabelecidos como o Reino Unido (8%) e Alemanha (10%) e não está muito atrás dos EUA (20%)² .
A pesquisa identificou uma série de fatores-chave que influenciam as decisões dos consumidores de pagar por uma assinatura ou serviço de notícias digitais. Para os consumidores que atualmente pagam por notícias, dois dos fatores mais importantes são a capacidade de fornecer conteúdo de alta qualidade (34%), seguida de perto pela credibilidade do veículo como fonte de informações sérias e confiáveis(31%). Além desses fatores, a metodologia MaxDiff³ descobriu que para todos os participantes da pesquisa, incluindo aqueles que atualmente não estão pagando pelas notícias, a independência do veículo em relação a interesses políticos ou outros interesses velados também foi importante (4.7 MaxDiff).
(1) Sites on-line de veículos de notícias tradicionais, veículos de mídia digitalmente nacional, mídia social e YouTube
(3) Na análise MaxDiff ou “melhor-pior escala”, os participantes escolhem o mais importante / melhor e o menos características importantes / piores de uma lista de itens. Isso resulta em medidas de escala de intervalo que são baseadas em julgamentos comparativos que podem ser facilmente realizados, mesmo quando o número de atributos não é pequeno.
“O jornalismo independente é uma condição para democracias saudáveis, e a disposição em pagar por notícias é central para esta independência. Nesse contexto, o alto consumo e a grande abertura de brasileiras e brasileiros em pagar por assinaturas ou realizar doações a meios de comunicação são boas notícias, tanto para redações como para a democracia brasileira” argumenta Rafael Georges, representante da Luminate no Brasil.
Embora a pesquisa destaque uma série de oportunidades para veículos digitais, ela identificou duas barreiras que os empreendimentos de mídia deverão considerar ao buscar atrair novos consumidores pagantes. Em primeiro lugar, a relevância do conteúdo é fundamental. Dos entrevistados que atualmente não pagam por notícias digitais, 90% dos participantes afirmaram que as informações não eram suficientemente relevantes ou não traziam diferenciais que justificassem um pagamento quando comparados a outras fontes de informação. Em segundo lugar, o custo é um grande problema, com 90% afirmando que simplesmente não estariam dispostos a pagar, especialmente se podem acessar notícias gratuitamente em outro lugar.
Outros dados notáveis da pesquisa são:
• Para 1 em cada 4 consumidores R$ 30 por mês é considerado um pagamento aceitável em compra de notícias digitais
• Em média, o período de assinatura de um serviço de notícias digitais é mantido por pouco mais de dois anos (24,5 meses)
• 26% dos consumidores no Brasil estão dispostos a fazer doações voluntárias a veículos digitais.
A pesquisa foi encomendada pela Luminate – uma das principais financiadoras da mídia independente em todo o mundo, inclusive na América Latina – para fornecer informações adicionais aos veículos de notícias à medida que desenvolvem suas ofertas digitais e procuram aumentar a receita por meio de assinaturas e outros serviços pagos. Esta pesquisa é uma continuidade do trabalho iniciado com o relatório Inflection Point publicado pela Luminate e pela SembraMedia em 2017, que explorou a saúde da mídia digital na América Latina, e o lançamento do programa Velocidad em 2019, acelerador que fornece financiamento e consultoria para novas startups de jornalismo operando na América Latina.
Para acessar a pesquisa completa em português, clique aqui.
Para acessar a pesquisa completa com dados regionais em inglês, clique aqui.
Para acessar a pesquisa completa com dados regionais em espanhol, clique aqui.