Como usar a busca do Google para combater desinformação

A busca do Google é atualmente a ferramenta online mais importante para checar informações e combater a desinformação, sendo muito usada por especialistas em fact-checking, como jornalistas. Os principais sites brasileiros de checagem de informações e cursos da área usam a busca como uma das primeiras etapas do processo de verificação. O recurso é parte das caixas de ferramentas do First Draft e da Society of Professional Journalists, por exemplo.
 

O diretor do Google News Lab no Brasil, Marco Túlio Pires, dá dicas de como usar a busca do Google para confirmar se uma informação é verdadeira ou falsa.

1. Confira informações confiáveis no topo da Busca

Os sistemas de classificação da Busca facilitam a descoberta de informações relevantes e confiáveis na web aberta, especialmente para tópicos como saúde e tempos de crise, como a pandemia de COVID-19. Para todos os casos, o Google desenvolveu uma série de recursos para disponibilizar e priorizar informações de organizações oficiais, como governos locais, agências de saúde e órgãos eleitorais diretamente na busca. Tudo isso para facilitar o acesso a conteúdos confiáveis e com qualidade.
 

2. Mantenha-se informado em situações de crise e notícias de última hora

O algoritmo do Google reconhece automaticamente as notícias de última hora e garante que os resultados ofereçam as informações confiáveis disponíveis no momento da pesquisa. Para monitorar ativamente ameaças de desinformação, o Google ainda mantém a Intelligence Desk, uma central para coletar dados e analisar como os sistemas se comportam diante da ascensão de acontecimentos importantes. Graças a esse trabalho, o Google consegue publicar o Alerta SOS no topo da busca para que as pessoas tenham acesso rápido a informações essenciais. Essas atualizações podem incluir links de fontes oficiais, números de telefone de emergência, mapas, traduções de frases úteis, entre outras.
 

3. Encontre informações sobre notícias falsas que já foram verificadas

É possível encontrar o selo de verificação de fatos para notícias que foram desmentidas na busca, no Google Notícias e no Google Imagens. Esses selos e verificações vêm de veículos de comunicação, editores e agências de checagem que usam o sistema ClaimReview para destacar as verificações feitas por eles. No Brasil, o google tem parcerias com diversas agências e veículos dedicados a checar ou verificar informações.
 

4. Tenha mais contexto para as informações que procura

Não é preciso criar uma conta para acessar a busca do Google, que é gratuita e oferece acesso ao vasto acervo de informação disponível na web aberta. Ter acesso a essa diversidade é fundamental para comparar informações e identificar conteúdo enganoso e fraudulento. Para ajudar o usuário a ter mais contexto para as informações que pesquisa, a busca e o Google Notícias oferecem recursos como “notícias relacionadas” e “cobertura completa”, priorizando conteúdo de fontes confiáveis, além de imagens e vídeos, que auxiliam a entender como as histórias e os fatos evoluem.
 

5. Acesse conteúdo original e notícias exclusivas rapidamente

Ao exibir os resultados de notícias, a busca do Google destaca versões mais recentes e abrangentes de um assunto e valoriza conteúdo e notícias exclusivas de veículos jornalísticos, assegurando que apareçam por mais tempo no topo dos resultados. Graças a isso, o usuário pode conferir o conteúdo original de uma notícia e também ter acesso a artigos mais recentes sobre o mesmo tema. Em grandes eventos, por exemplo, isso pode auxiliar na checagem de fatos reportados diretamente na fonte original e direto de páginas de jornalismo profissional.
 

6. Ajuda para identificar agentes maliciosos e spam

Os algoritmos do Google não conseguem determinar se um conteúdo específico sobre eventos recentes é verdadeiro ou falso, mas pode detectar tentativas de enganar os sistemas de classificação ou burlar as políticas da empresa. É o que acontece quando a identificação ou o objetivo do site são informados de maneira incorreta, como por exemplo: um veículo de notícias registrado como sendo de São Paulo publica apenas notícias de outro estado. Nesse caso, ele pode ser classificado como suspeito. A busca também está preparada para identificar, de maneira automatizada, comportamentos relacionados a spam. Em caso de denúncias, a avaliação também pode ser feita manualmente por uma equipe de especialistas.