Os custos com produção de imagem sempre foram expressivos dentro do orçamento de marketing de grandes indústrias e varejos. No atual cenário, as marcas de médio e grande porte que, no passado, destinavam boa parte do seu fôlego financeiro para ter fotos, vídeos e materiais gráficos impecáveis precisaram rever sua estratégia. Como fazer isso sem abalar a qualidade do resultado final de uma comunicação que está diretamente relacionada à conversão em vendas? Nos últimos meses, algumas tendências mostraram que o mercado está encontrando soluções inteligentes para enxugar os gastos, mantendo o nível das imagens em todos os canais.
A primeira mudança está na otimização do material produzido. Antes dos impactos da covid-19 nos negócios, muitas empresas geravam fotos e vídeos separadamente para o e-commerce, os marketplaces, as redes sociais, os catálogos editoriais e as peças dos pontos de venda físicos. Hoje, uma imagem produzida busca atender o maior número de canais possíveis, reduzindo o investimento em novos shootings e edições. Depois de pronto, o material é adaptado para os formatos de cada plataforma, de acordo com o objetivo. O estilo visual também mudou. As produções com modelo em estúdio e externa se tornaram mais minimalistas e passaram a adotar elementos e espaços locais, facilitando o trabalho e reduzindo os custos.
Para Carolina Soares, co-fundadora da produtora de imagem Fotopontocom, a Indústria e o Varejo brasileiros absorveram conhecimento e expertise do e-commerce no último ano. Segundo a executiva, na medida em que as marcas precisaram ampliar rapidamente a sua presença online para garantir a operação funcionando, simultaneamente também tiveram que entender melhor o comportamento omnichannel do consumidor e ajustar sua forma de aplicar recursos. “O comprador nunca esteve tão interessado e ativo no comércio eletrônico, mas isso não quer dizer que este é o único ponto de venda. Pode ser um app parceiro, um post em rede social, uma oferta no marketplace ou mesmo um material gráfico exposto na loja física que vai levar à decisão de compra. Por isso, a primeira alternativa para a empresa garantir sua produção de imagem, sem perder a qualidade, é otimizando o uso do material”, explica.
Mesmo assim, essa opção não atende 100% da demanda das marcas tanto por imagem, quanto por economia. Por isso, outra forma cada vez mais comum de reduzir o alto valor empregado nessa parte da cadeia vem sendo a terceirização. Ao invés de ter o custo fixo com uma equipe interna para a produção fotográfica e audiovisual, médias e grandes marcas estão tornando esse custo variável, contratando profissionais individuais ou produtoras especializadas de acordo com o calendário de lançamento de peças, produtos e coleções. “Estamos observando um crescimento massivo no mercado de produção de imagem, em decorrência dessa nova postura das marcas, o que é bastante benéfico para o setor de Fotografia e Audiovisual como um todo. Na perspectiva das empresas, vemos muitas vantagens para o lojista, que pode ter um alto volume de imagem, de acordo com a sua necessidade, utilizando uma estrutura profissional pronta e de última geração, sem precisar investir ele próprio em pessoal, equipamento, espaço e manutenção”, acrescenta Carolina Soares.