Pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre mensageria móvel no Brasil também aponta que o envio de SPAM no WhatsApp é elevado
A pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre Mensageria Móvel no Brasil revela que, depois de três anos de um aumento rápido e contínuo em sua base de usuários no Brasil, o Telegram parou de crescer entre os usuários brasileiros de smartphone e agora mantém os mesmos 65% registrados em agosto do ano passado, no último levantamento.
Desde janeiro de 2019, quando estava instalado em 13% dos smartphones nacionais, o app vinha registrando, semestre a semestre, a cada edição da pesquisa, crescimento acima da margem de erro, até atingir o ponto máximo de instalações registradas, um pico de 65% em agosto de 2022. Agora, nesta nova edição, manteve o mesmo patamar e é a primeira vez em três anos que isso acontece.
Segundo a pesquisa, em agosto de 2022, 50% dos seus usuários declararam abrir o app todo dia ou quase todo dia. Agora, são 43%, uma queda de 7 pontos percentuais. Nesse período, houve uma queda na proporção de usuários de várias das suas ferramentas de comunicação. O percentual de usuários do Telegram no Brasil que participam de canais no app diminuiu de 66% para 61%. Outro exemplo: o percentual dos que trocam mensagens de áudio caiu de 42% para 37%.
Outra expectativa dos organizadores da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre Mensageria Móvel no Brasil é que o Telegram terá que disputar as comunidades com o WhatsApp, o que poderá impactar a influência do app neste perfil de usuários que assinam os canais temáticos ou de empresas. O novo recurso do WhatsApp foi liberado no Brasil no final de janeiro deste ano.
WhatsApp disputando voz com operadoras
O WhatsApp ganhou a atenção do usuário brasileiro de telefonia móvel pelo fato de permitir realizar chamadas de voz diretamente no aplicativo, sem que houvesse o consumo do seu plano de voz contratado com as operadoras. Isso fez com que o aplicativo chegasse a esta última pesquisa mantendo a sua hegemonia no Brasil, estando instalado agora em 99% dos smartphones nacionais desde, índice conquistado a partir de agosto de 2021.
O que chama a atenção na pesquisa é a utilização do WhatsApp para chamadas de voz, com 78% dos usuários do mensageiro utilizam esse recurso. Desse grupo, 46% realizam chamadas de voz pelo app todo dia ou quase todo dia, e 30%, algumas vezes por semana. Outros 65% afirmam que fazem mais ligações pelo WhatsApp que pelo plano de minutos da sua operadora móvel. Isso representa 50% de toda a base de usuários do WhatsApp.
Ou seja, é possível dizer que metade dos brasileiros com smartphone faz mais ligações pelo WhatsApp que pela rede de voz de sua operadora móvel. Na prática, portanto, o app virou o maior serviço de telefonia móvel do Brasil, já que os outros 50% de brasileiros que usam mais a rede de voz estão divididos entre Claro, TIM e Vivo.
Instagram: para o alto e além….
O Instagram segue em curva ascendente no Brasil, segundo a pesquisa pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre Mensageria Móvel no Brasil. Em um ano, o app teve aumento de 82% para 87% na proporção de smartphones nacionais com o serviço instalado. Na comparação com seis meses atrás, o avanço foi de um ponto percentual, dentro da margem de erro da pesquisa.
Esta tendência de alta pode ser justificada pelo fato da capacidade de publicação de vídeos curtos e efêmeros, recurso conhecido como Stories, adotado por 76% dos usuários do Instagram. Dentre os apps pesquisados, essa funcionalidade é a que possui maior popularidade. Embora seja originalmente uma rede social de imagens, o Instagram conta com um recurso de envio de mensagens privadas, o Direct, que é utilizado por 71% dos seus usuários, razão para o seu monitoramento nesta pesquisa de mensageria.
A proporção de usuários que abre o Instagram todo dia ou quase todo dia permanece estável em 83% – bem acima de Telegram, Messenger e Signal, aplicativo que está em queda na taxa de engajamento entre os brasileiros.
Nos últimos seis meses, diminuiu de 52% para 41% a proporção de usuários do Signal que trocam mensagens de texto; de 48% para 39% os que enviam mensagens de áudio; e de 48% para 43% os que trocam imagens. A proporção de usuários do Signal que abrem o app todo dia ou quase todo dia caiu de 31% para 28% em seis meses. O único ponto positivo foi o aumento de 1 ponto percentual na proporção de smartphones com o aplicativo instalado, que passou de 12% para 13%, variação dentro da margem de erro.
Outras descobertas da pesquisa de mensageria móvel no Brasil
WhatsApp e Instagram se firmam como canais de comunicação para empresas – Entre os apps de mensageria monitorados pela pesquisa, o WhatsApp e o Instagram são os mais utilizados para a comunicação entre marcas e consumidores, com 80% dos usuários do WhatsApp e 65% do Instagram tendo o costume de conversar com empresas nesses aplicativos. No caso do WhatsApp, as principais finalidades apontadas são tirar dúvidas/receber informações (83%) e receber suporte técnico (75%). No Instagram, são tirar dúvidas/receber informações (79%) e comprar produtos e serviços (67%).
Assinatura para mensageria pode ser alternativa para a monetização – O Telegram está experimentando essa alternativa desde o ano passado. No Brasil, apenas 6% da sua base de usuários aderiu e 10% pretende assinar a versão paga, que oferece mais recursos e capacidade ampliada. No WhatsApp, 40% dos usuários têm interesse em assinar uma versão premium que trouxesse “funcionalidades exclusivas e melhor performance”. Neste grupo, mais da metade informa que estaria disposta a pagar até R$ 5 por mês, ou seja, um quarto do valor da assinatura premium do Telegram, que serve como referência para esse mercado. Até onde se sabe o WhatsApp não tem planos de criar uma versão paga.
SPAM no WhatsApp é alto: 82% dos entrevistados afirmam ter recebido este tipo de mensagem no aplicativo.
A pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre Mensageria Móvel no Brasil entrevistou 2.086 brasileiros que acessam a Internet e possuem smartphone, entre os dias 11 e 23 de janeiro. A amostra tem validade estatística, respeitando as proporções por gênero, faixa etária, renda familiar mensal e distribuição regional no País. A margem de erro é de 2,1 pontos percentuais.