As marcas vêm ganhando mais que o dobro de seguidores nas redes sociais em comparação aos influenciadores e celebridades. Foi o que revelou o último levantamento #MS360FAAP, realizado desde 2014 pelo Núcleo de Inovação em Mídia Digital (NiMD) da Faculdade Armando Álvares Penteado (FAAP), em parceria com a Socialbakers (atual Emplifi).
Segundo a pesquisa, que teve como foco o Instagram, os perfis de marcas aumentaram seus seguidores em 3,7% em relação ao trimestre anterior. Os digital influencers também viram seus números crescerem, mas em apenas 1,5%.
Letícia Longo, líder de comunicação da Rocky.Monks, agência de marketing digital que faz parte da holding global Media.Monks, explica que para entender a diferença do fluxo de seguidores entre marcas e celebridades e influenciadores na edição mais recente da pesquisa, é preciso levar em consideração o contexto do qual estamos falando a respeito.
“Com o processo de reabertura comercial e de liberação de certa demanda reprimida durante as fases mais agudas da pandemia, as pessoas parecem estar mais interessadas em pesquisar produtos e fazer compras, em canais digitais ou físicos, sendo as redes sociais uma espécie de porta de entrada das lojas. O fim do ano, com suas confraternizações e trocas de presentes, é um bom incentivo para isso”, elucida Longo.
Os resultados apontam para um cenário diferente em comparação à última edição da mesma pesquisa, que observou tanto marcas quanto influenciadores e celebridades decrescerem no número de seguidores no Instagram, rede que integra a Meta (ex-Facebook).
Quando analisados os 100 perfis nacionais com mais interações, entre o segundo e o primeiro trimestres do ano, concluiu-se que as marcas perderam 32,7% dos seus seguidores, enquanto as pessoas públicas viram 27% dos seus indo embora.
Os próprios pesquisadores que formularam a metodologia do levantamento explicam que a razão para essa discrepância é que, à época da sondagem, houve uma limpeza no número de contas falsas, além de reajustes no algoritmo da própria plataforma que diminuiu a entrega das postagens. Consequentemente, isso afastou parte do público de certos perfis.
Ainda segundo Letícia, outra leitura possível é que as marcas estão aprendendo a lidar cada vez melhor com seus públicos nos canais digitais. “Conhecer bem seus seguidores, suas demandas e preferências, é crucial para falar diretamente com eles, conquistá-los e retê-los em sua rede de seguidores. Sorteios e ações com famosos podem atrair muita gente, mas é preciso conhecer os recém chegados a fundo e dialogar com eles para mantê-los por perto, e esta é uma tarefa a qual as marcas têm se dedicado”, endossa ela.
A especialista observa que o público é dinâmico e suscetível às circunstâncias da rede. Para ela, celebridades e influenciadores vivem um risco iminente de perder seguidores devido a comentários inadequados ou posições políticas que desagradam a uma parte de quem os acompanha.
“Por outro lado, vale observar que, mesmo com um crescimento menor no número de seguidores, celebridades e influenciadores produzem mais engajamento do que as marcas. As pessoas ainda se conectam mais com outras pessoas do que com perfis de empresas”, constata Letícia.
Novamente de acordo com o levantamento da FAAP, uma foto de um influencer produz o engajamento de 7.424 pessoas em média, enquanto a de uma marca consegue apenas o engajamento de 181 usuários.
“É importante saber utilizar todas as ferramentas disponíveis para equilibrar a equação entre perfil próprio de marca e ações com celebridades e influenciadores para ter a melhor solução. É necessário perscrutar o público, entender suas demandas e correr atrás delas, buscando ao máximo conquistar sua fidelidade, envolvimento e engajamento nas redes e nas lojas físicas”, ela finaliza.