O Relatório Global Sobre a Situação das Pequenas Empresas mais recente, publicado hoje (10/9), mostra os primeiros sinais de recuperação econômica das PMEs. A pesquisa, realizada entre julho e agosto deste ano, aponta que 28% das pequenas e médias empresas reportaram vendas superiores ao longo do mês anterior, comparadas ao mesmo período de 2020, na média global. No Brasil, 34% das PMEs viram suas vendas crescerem no período. Desde maio do ano passado, o Facebook vem conduzindo pesquisas sobre como o segmento está enfrentando os impactos da pandemia da COVID-19, junto a mais de 35.000 proprietários de pequenos negócios em 30 países e territórios.
Outro sinal de recuperação captado pela pesquisa é a queda no número de empresas que se encontravam fechadas no período das entrevistas. Uma média de 18% dos proprietários de PMEs no mundo responderam que não estavam operando, contra 24% da última sondagem, realizada em fevereiro, quando a campanha de vacinação contra a COVID começou no Brasil. No país, a taxa de inatividade ficou em 23%.
O relatório aponta que, em todo o mundo, mais de um quinto dessas empresas esperam que os últimos três meses de 2021 representem a maior parte das vendas para este ano, reforçando a importância da próxima temporada de compras para movimentar a economia.
Apesar da luz no fim do túnel, com mais pequenas empresas em operação e reportando vendas maiores, isso ainda não se reflete na retomada dos empregos. Na média global e no Brasil, 36% responderam ter reduzido o número de funcionários por conta da COVID-19, contra 30% em fevereiro – no Brasil, em fevereiro este número era de 26%. Esta tendência deve se reverter, com o aumento da confiança dos empreendedores. Globalmente, 24% das PMEs disseram que planejam recontratar trabalhadores previamente licenciados ou demitidos nos próximos seis meses.
A pesquisa também reforça que as ferramentas digitais têm sido grandes aliadas para que as pequenas e médias empresas sigam operando. O total de PMEs que disseram fazer uso das ferramentas digitais subiu de 81% em fevereiro para 88% nesta edição. No Brasil, 59% dos entrevistados disseram que mais de um quarto das suas vendas foi online, acima da média global (46%). Além disso, na América Latina, as pequenas e médias empresas são especialmente propensas a usar ferramentas digitais para fazer anúncios – 76% das PMEs mexicanas e 73% das brasileiras responderam que usavam anúncios contra uma média global de 60%.
Otimismo maior nos países com mais vacinados
O relatório aponta para uma relação entre otimismo com a recuperação econômica e taxas de vacinação. Enquanto PMEs de países com taxas de vacinação mais aceleradas mostraram mais confiança em relação ao futuro, no Brasil a insegurança ainda é evidente. 43% dos entrevistados no Brasil disseram ter confiança de que serão capazes de se manter em funcionamento nos próximos 12 meses – contra 48% na média global. Em países com percentuais maiores de pessoas totalmente vacinadas, o nível de confiança é maior – no Canadá, 62%, e nos Estados Unidos, 64%. Entre os receios mais comuns citados pelas PMEs brasileiras estão preocupações com o fluxo de caixa (38%) e uma potencial falta de demanda (33%).
Mulheres entre as mais afetadas
Há algumas edições, os dados das pesquisas demonstram que aquelas que mais estão sentindo o impacto da pandemia são mulheres e empresas pertencentes a minorias. Em alguns países, PMEs lideradas por mulheres têm mais tendência em reportar uma piora na performance de vendas, devido a diversos fatores, principalmente à maior carga com cuidados com filhos e com a casa. No Brasil, por exemplo, somente 24% das empresas lideradas por mulheres reportaram aumento de vendas no comparativo ano a ano, enquanto o número sobe para 40% das empresas lideradas por homens.