O mundo é cada vez mais conectado às redes sociais e algumas vezes essas plataformas também são usadas para compartilhamento de informações, mas o que impressiona no último levantamento feito pela Socialbakers, plataforma líder global em soluções para a otimização de performance corporativa em redes sociais, é que, desde de fevereiro de 2020, época em que o coronavírus atingiu a maioria dos países, o engajamento de postagens de perfis de imprensa no Instagram está crescendo e atingiu seu pico em março, quando, na comparação anual, houve um aumento de quase 74%, se mantendo em níveis constantes desde então.
Porém, se olharmos para o número de publicações feitas por estes perfis, a quantidade é quase a mesma, sem mudanças significativas, então são as interações que estão crescendo e envolvendo mais pessoas com posts jornalísticos no Instagram. Apesar da manutenção da média de postagens deste tipo de perfil, o número de notícias factuais publicadas está aumentando na rede de fotos desde fevereiro, o que se correlaciona com o Instagram se tornando uma plataforma de busca de informações reais. Essas postagens vem aumentando 44% desde fevereiro e alcançaram o pico em julho. Se compararmos o número de publicações em julho deste ano com o mesmo mês de 2019 o crescimento chega a mais de 63%.
Segundo Ivan Ferri, Diretor de Gestão de Clientes e Crescimento da Socialbakers, um ponto de atenção quanto ao Instagram como fonte de notícias é a necessidade da checagem da informação, que, por vezes, não ocorre. “Um dos desafios é que todos, pequenos e grandes influenciadores, podem atuar como repórteres e postar notícias sem qualquer verificação de fatos, portanto, pode ser muito fácil compartilhar informações enganosas”, explica. Além disso, existe também a possibilidade de a pessoa que se informa pelo Instagram receber sempre notícias semelhantes. “Existe a preocupação de que a mídia social leve à polarização política, já que os algoritmos de mídia social também costumam mostrar o feed de acordo com nossas visões e opiniões, de modo que poderíamos ser estocados em uma bolha com pessoas que só têm ideias semelhantes”, comenta Ferri.
O levantamento da Socialbakers foi realizado após a divulgação de uma pesquisa feita pelo Reuters Institute, o qual mostra que o Google ainda é mais popular para busca de notícias, com mais de 35% de participação em todos os países. No entanto, o Facebook está bem próximo, no Reino Unido e nos Estados Unidos está apenas alguns por cento atrás do líder durante a pandemia. Além disso, em todos os países onde a pesquisa foi feita, jovens entre 18 e 24 usaram mais o Instagram para se informar. A segunda plataforma mais usada foi o Snapchat. O TikTok, por outro lado, é usado por menos de 10% dos entrevistados para busca de informações.