TikTok e Twitch: o que as plataformas ensinaram ao mercado

No último ano, devido à pandemia e ao isolamento social provocado por ela, o mundo assistiu – literalmente – os fenômenos do TikTok e da Twitch explodirem. Mas afinal de contas, o que estas plataformas têm em comum e como angariaram cada vez mais público? Existe realmente um motivo pela qual elas se tornaram tão populares? É verdade que o isolamento social acabou popularizando, mas não é apenas isto.

No Brasil, cerca de 100 milhões de pessoas jogam algum tipo de jogo eletrônico e a Twitch acumulou, em 2020, um total de 17 bilhões de horas transmitidas assistidas, um aumento de 83%. “O número de canais ativos aumentou 65% ano contra ano, com um pico de 240 mil canais em dezembro de 2020. A experiência de ir a um evento presencial ou online mudou e já não é mais uma tendência, e sim uma realidade”, afirma Pedro Oliveira, cofundador da OutField Consulting , uma consultoria focada nos negócios do esporte e do entretenimento.

O Tik Tok, por sua vez, representa bem o dia a dia do público jovem, que gosta de abundância de conteúdos, buscando consumir vídeos curtos, rápidos e que além disso, apostam no humor. Prova disso, é um projeto desenvolvido pela plataforma nos EUA chamado ” Creators Fund “, a partir do qual o objetivo é distribuir anualmente USD200M (mais do que os Clubes da Série A recebem anualmente pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro) entre os criadores da plataforma que divulguem conteúdos que tenham uma boa performance em números de visualizações e engajamentos.

Apesar de atuarem com segmentos diferentes, as duas plataformas deram uma verdadeira aula de como engajar pessoas. Não apenas pela sua facilidade de manuseio em vídeos e de poder acompanhar aquilo que você deseja, a qualquer momento do dia, mas também pelas diferentes formas de interação entre quem transmite e o público que o assiste, com bate-papos acontecendo em tempo real e vários mecanismos acoplados nas ferramentas. Além disso, vivemos na era do digital, onde já não há mais espaço para tecnologias e métodos antigos que não prendem a atenção do espectador/consumidor.

Há também uma questão social e econômica por trás de tudo isso que há muito tempo era ignorada por outros meios de transmissão mais tradicionais. “Mais uma plataforma de novos talentos, mais uma via dentro de um país com tanta desigualdade social, possibilidades que existem para que as pessoas tenham oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional na vida. Uma alavanca de inclusão além de econômico”, analisa Oliveira.

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